26 de maio de 2012

Música para os dias que correm: "A change is gonna come"

"A Change is Gonna Come" é uma canção lendária da autoria de Sam Cooke (1963), que se tornou um ícone na reivindicação pelos direitos civis na década de 60 e inspirou muitas das composições da mesma linha. Representa também uma mensagem de esperança numa mudança vindoura. Mais do que esperança: representa uma convicção. Agora, como então, não há direitos garantidos e, menos ainda, equitativos. Agora, como então, uma mudança impõe-se. 
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I was born by the river in a little tent / And just like the river I’ve been running ever since
It's been a long, a long time coming / But I know a change gonna come, yes it will
There've been times that I thought I couldn't last for long / Now I think I'm able to carry on
It's been a long, a long time coming / But I know a change gonna come

19 de maio de 2012

Patolexia?


Para entreter curiosidades, o velho Alfredo oferecia livros ao menino e convencia-o de que ler seria fundamental para a saúde. Ensinava-lhe que era uma pena a falta de leitura não se converter numa doença (...). Imaginava que um não leitor ia ao médico e o médico o observava e dizia: você tem o colesterol a matá-lo, se continuar assim não se salva. E o médico perguntava: tem abusado dos fritos, dos ovos, você tem lido o suficiente? O paciente respondia: não, senhor doutor, há quase um ano que não leio um livro, não gosto muito e dá-me preguiça. Então, o médico acrescentava: ah, fique pois  sabendo que você ou lê urgentemente um bom romance, ou então vemo-nos no seu funeral dentro de poucas semanas. (...) O Camilo ria-se. Perguntava o que era o colesterol, e o velho Alfredo dizia-lhe ser  uma coisa de adulto que o esperaria se não lesse livros e ficasse burro.
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In 'O Filho de Mil Homens', Valter Hugo Mãe, ed. Aleaguara, 2011
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Imagem: Pierre-Auguste Renoir, La liseuse, 1874-76

11 de maio de 2012

Do absurdo da vida

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Morreu Bernardo Sassetti, um músico tão virtuoso quanto promissor. Já aqui falei de um dos seus concertos a que tive o privilégio de assistir. Ao que parece, terá caído de uma falésia. Aos 41 anos. Todas as mortes são estúpidas, mas as mortes por acidente superam qualquer capacidade de compreensão. Lamento profundamente esta perda para a cultura Portuguesa. Ficamos terrivelmente depauperados.

8 de maio de 2012

'A fronteira de asfalto': uma pequena preciosidade


Da conjugação de generosidades nasceu esta pequena preciosidade. De um lado, a generosidade literária do celebrado José Luandino Vieira e, do outro, a generosidade gráfica de Alberto Péssimo. Juntas, deram forma a esta edição da Letras & Coisas, uma publicação destinada a apoiar a ASAS. O argumento é tão simples e belo quanto intemporal: a história de uma amizade impedida pelo preconceito. O asfalto delimita a fronteira entre dois mundos contrastantes, porque do outro lado da rua asfaltada não havia passeio. Nem árvores de flores violeta. ... E (Ricardo) lembrava-se do tempo em que não havia perguntas, respostas, explicações. Quando ainda não havia a fronteira de asfalto (p.9).  

1 de maio de 2012

1º de Maio: muito por fazer

Nada está feito enquanto resta alguma coisa por fazer.
(Romain Rolland, Prémio Nobel da Literatura em 1915)
(Imagem daqui)