(Christine Müller-Stosch, Der Engel, 1995)
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Acredite-se ou não neles, a ideia de um anjo é muito reconfortante. Essa crença mágica num ente protector que cuida e ampara, põe a salvo do perigo e nos vela no sono ou na doença, é profundamente apaziguadora. Durante anos acreditei piamente nos anjos. Foi a estratégia que adoptei quando aos sete anos o meu anjo vivo se imaterializou. ‘Foi para o céu’ – disseram-me. E eu acreditei. Passei a falar-lhe a todo o momento, a mostrar-lhe as descobertas que fazia, e a refugiar-me na firme crença da sua protecção quando algum perigo se me afigurava iminente. De cada vez que escapava a algum percalço, atribuía-o à sua intervenção diligente. Agradecia-lhe, convicta de que não precisava de o fazer, pois a sua dedicação e cuidado eram tão incondicionais na ausência quanto haviam sido na breve mas indelével presença. Os anos passaram e eu perdi a fé. Perdi-a nos anjos em geral, mas não neste, em particular.
E é tão importante não perder a fé! Seja no que for!
ResponderEliminarNo entanto, a sua fé neste anjo tocou-me particularmente. Talvez por ser um sentimento fortíssimo.
beijo :)
Estou comovida. Também eu, não crente (o que quer que isso seja) em anjos acredito. E habituei-me a vê-los em pessoas concretas. Naquelas, poucas, que encontrei por aí e que me foram anjos sem que haja um motivo daqueles que levam as pessoas a fazerem-nos bem.
ResponderEliminarOh!
Beijinho
:))))
Emocionei-me com o teu texto. Não sei se terá sido pelo processo de identificação que proporcionou ou pela emoção que surge perante a força de sentimentos maiores, mas aconteceu... :)
ResponderEliminarIndependentemente da nossa crença no intangível, inclino-me a concordar com a mdsol: há por aí alguns, poucos e preciosos, que vão fazendo os seus milagres.
Beijinho grande e obrigada por este momento :).
R,
ResponderEliminarO anjo que anuncia é algo que fez parte da infância. Crescemos e começamos a visualizar esses anjos como mera sombra artística. É precisamente nesta vertente, mágica também, que os procuro. O anjo que apresenta é muito bonito, está a invadir a nossa janela e a dizer um segredo...
Tocou-me o seu texto por revelar a crença neste anjo e pela emoção reflexa de um conjunto de memórias.
Bom fim-de-semana que se avizinha!:)
AC, muito obrigada. Há sentimentos assim, que felizmente nos confortam pela vida fora :)
ResponderEliminarmdsol e Sara: agradeço a ambas por me lembrarem esse lado tangível dos anjos, no qual acredito com igual convicção. Beijinho a ambas.
ana, fico contente por ter gostado da pintura. Respeito muito a 'autoridade' da sua opinião :) Um abraço e votos retribuídos de um magnífico quase-fim-de-semana!
Muito belo e profundo
ResponderEliminarQuando conhecemos os anjos em vida
são eternos
Excelente óleo
Feliz que és, R., por teres conhecido um anjo visível, palpável, amável. E por não teres perdido a fé nele!
ResponderEliminarO teu texto, poético e emocionado, tem a beleza de um toque breve de asa...
Oh R...,
ResponderEliminarDeixa-me só recordar-te que também tu, és o anjo de alguém.
Um abracinho de até já..
como farão os anjos para sobreviver a tempestades como a de hoje? serão imunes à chuva e ao vento? também já acreditei no meu anjo, que o tinha e penso que és muito afortunada por ainda teres um para te proteger.
ResponderEliminarMar Arável, muito obrigada. Não podia estar mais de acordo com a ideia da perenidade dos anjos conhecidos.
ResponderEliminarJustine, agradeço, sensibilizada, a beleza e a generosidade do comentário.
Mia, muito obrigada. És sempre muito gentil e generosa comigo... Obrigada por isso também. 'Abracinho de até já', pois :)
via, penso que os anjos são imunes às tempestades, sim, ou não estivessem também presentes nesses momentos. Por outro lado, acredito que há anjos discretos, quem sabe se não será o caso do teu? Um abraço, obviamente :)
Eu chamo-lhe "a minha estrela". A verdade é que há coisas que parecem milagres. Tenho várias, ocasiões em que a sorte bateu à porta de forma inexplicável, capaz de desafiar toda a racionalidade que nos ensinam a ter. Mas não tenho fé, pelo menos em associação a uma religião. Anjos, estrelas, fantasmas, prefiro dizer que são só a esperança a morar em nós, a salvar-nos da queda.
ResponderEliminar~CC~
Estou de acordo, CCF. E os momentos em que a esperança (re)nasce são verdadeiramente redentores. Votos de que se repitam.
ResponderEliminarA infância tinha coisas tão boas. Talvez seja isso que nos aguenta agora, neste misto de descrença/crença ainda. A memória do vivido que não queremos perder para que a desilusão não se instale.
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