(Captive, Paul Klee, 1940)
Em homenagem a todos quantos, corajasomente,
lutam pela liberdade individual e alheia.
.
lutam pela liberdade individual e alheia.
.
"Trouxe as palavras e colocou-as sobre a mesa" (Mª do Rosário Pedreira)
* Quando no mesmo dia somos confrontados com a morte de duas pessoas conhecidas, mas não relacionadas entre si, assola-nos, de forma súbita e pungente, toda uma erupção de interrogações. Como por exemplo: qual é a probabilidade de uma tal coincidência ocorrer? Porque razão estas notícias nos encontram sempre desprevenidos, mesmo na iminência de sucederem? E se acontecem diariamente a tantos anónimos, porque nos parecem tão aberrantes quando tocam os que nos são próximos? (…) E, para além de muitas outras, ecoa persistentemente a ideia da incontrolabilidade do que é imponderável. Neste particular, qualquer pessoa é elegível, tudo depende de uma combinação de possibilidades aparentemente infinita e parcialmente aleatória. Senão vejamos: ele era idoso, ela era jovem; ele viveu para ver os netos, ela não presenciará o crescimento da filha; ele estava internado há duas semanas, ela lutava há anos com internamentos sucessivos; ele não teve muito sucesso, ela foi bem sucedida na curta carreira profissional; etc., etc., etc. Como se nota, não há propriamente um padrão, mas não sei se haverá unicamente acaso. Aliás, costumo dizer que o acaso nunca é uma variável desprezível, mas se assim fosse, a própria noção de acaso ficaria abalada… E no meio deste turbilhão de ideias lembrei-me de uma história que me contaram, tomada por lenda da tradição oral oriental, e que reza mais ou menos assim: