30 de novembro de 2009

Léxico-filia ou... Inimitável O´Neill

..
1. Há palavras que nos beijam                                2. Palavras nuas que beijas
    Como se tivessem boca,                                              Quando a noite perde o rosto,    
    Palavras de amor, de esperança,                           Palavras que se recusam
    De imenso amor, de esperança louca.                  Aos muros do teu desgosto. 

3. De repente coloridas                                            4. (O nome de quem se ama    
    Entre palavras sem cor,                                            Letra a letra revelado    
    Esperadas, inesperadas                                             No mármore distraído,   
    Como a poesia ou o amor.                                        No papel abandonado)

                                            5. Palavras que nos transportam
                                                 Aonde a noite é mais forte,
                                                   Ao silêncio dos amantes
                                                 Abraçados contra a morte.*

                  
                                              (Boris Shelegov, Amour, 1999)

*(Alexandre O´Neill In "Uma Coisa em  Forma de Assim")

29 de novembro de 2009

Assim falou... Francisco José Viegas

..
- O que é que pede a um livro, Francisco José Viegas?
- Peço-lhe companhia, peço-lhe conforto, inquietação... as coisas que faltam à vida propriamente dita.
Porque a vida que vem nos livros é que é verdadeira. 

(Francisco José Viegas em entrevista a Carlos Vaz Marques)

27 de novembro de 2009

Exemplar



Celebra-se esta noite no Chapitô o lançamento do livro Tété - Estória da Pré-História do Chapitô. Trata-se do primeiro volume de uma trilogia que celebra um singular e exemplar projecto sócio-cultural, a sua mentora, e a arte circense. Abnegação, generosidade, improvável optimismo, desmedida criatividade, sensibilidade e tenacidade são, certamente, adjectivos justos mas, ainda assim, insuficientes para caracterizar a obra, que é o Chapitô, e a mulher que está na sua génese. Aqui fica, pois, o sublinhado e o agradecimento pelo contributo para uma sociedade colectivamente melhor e, por isso mesmo, individualmente mais favorável.

(capa do livro em http://chapitoblog.blogspot.com/)

25 de novembro de 2009

Sabedoria Paradoxal



Que é loucura: ser cavaleiro andante
ou segui-lo, como escudeiro?
De nós dois, quem o louco verdadeiro?
O que, acordado, sonha doidamente?
O que, mesmo vendado,
vê o real e segue o sonho
de um doido pelas bruxas embruxado?
Eis-me, talvez, o único maluco,
e me sabendo tal, sem grão de siso,
sou – que doideira – um louco de juízo.

("Disquisição na Insónia" In Impurezas do Branco
de Carlos Drummond de Andrade)



(D. Quixote, Henrique Gabriel)

24 de novembro de 2009

Um "Nome" Incontornável

..
Eles eram dominados pela biblioteca, pelas suas promessas e pelos seus interditos. Viviam com ela, por ela, e talvez contra ela, na esperança culpável de violar um dia todos os seus segredos.
(In O Nome  da Rosa, de Umberto Eco)

(Vieira da Silva, Bilioteca em Fogo)

23 de novembro de 2009

Inspirador


Siempre imaginé que el Paraíso sería algún tipo de biblioteca
(Jorge Luis Borges)

El Paraíso según Borges (Gabriel Caprav)