30 de maio de 2011

Porque há músicas assim

Para começar a semana com (bom) ritmo!
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(...)
Everybody's got the fever, that is something you all know
Fever isn't such a new thing, fever started long ago.
Romeo loved Juliet, Juliet she felt the same
When he put his arms around her, he said "Julie baby you're my flame"
Thou giveth fever, when we kisseth, fever with thy flaming youth
Fever - I'm afire, fever yea I burn forsooth.
(...)
What a lovely way to burn
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[Fever na voz de Peggy Lee (1958).
Tema de Eddie Cooley e John Davenport,
originalmente interpretado por Little Willie John em 1956]
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28 de maio de 2011

Desabafos: Let it rain!


Que chova! Que chova!

Que a chuva leve este peso invisível

esta atmosfera opressiva e asfixiante

este sol impedioso e dissimulado...

E que o oxigénio circule novamente livre.




(Let ir rain by S. J. Szikora)

26 de maio de 2011

Porque colorir é preciso

(Aquarela por Toquinho em co-autoria com  Vinicius de Moraes,
G.Morra e M.Fabrizio, 1983)
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Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...
Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...
Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela

Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...
Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...
De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...
Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

24 de maio de 2011

Retratos Imaginados

(Florbela Espanca por Carlos Botelho, 2008)
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Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê
(Luís Vaz de Camões)

20 de maio de 2011

Silêncio Prolixo



Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

(Pablo Neruda In 'Vinte poemas de amor e uma canção desesperada', Poema XV, Ed. D. Quixote)
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16 de maio de 2011

Para descomprimir... 'Rave on'



(M. Ward*, Rave On, In Álbum 'Hold Time', 2009)

Música original de Sonny West, 1958

*Amanhã na Aula Magna e Quarta-feira no Teatro Sá da Bandeira
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10 de maio de 2011

O sopro da vida

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Elvira Gaspar é investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e lidera a equipa responsável pela concepção original do AirMarkers. Trata-se de um inovador sistema de detecção do cancro do pulmão a partir do simples sopro num kit semelhante a um saco de plástico. O sistema permitirá aumentar os diagnósticos precoces e, desejavelmente, a sobrevivência dos pacientes. Aqui fica mais um excelente exemplo de que "o que é nacional é bom", e recomenda-se.

(Mais informação podem encontrar-se aqui)

5 de maio de 2011

Infindável

Ando às voltas com a palavra infindável. Tenho entre mãos um trabalho infindável, que continuamente me exaspera, me interpela, me inquieta, me desafia… É uma espécie de teste de resistência. Um trabalho caprichoso, frustrante, lento, muuuuuuuuuuuuuito lento… Dedico-lhe horas, dias e muito tempo mais (se somado todo o tempo que já lhe dediquei). Quando o terminar, ao contrário do que é politicamente correcto neste tipo de trabalhos, não vou dedicá-lo aos pais, aos amigos, aos colegas… Vou, isso sim, dedicá-lo à minha própria paciência.
(Fishing luck patience, por Martin Guhl, 2009)

3 de maio de 2011

Revolução a nu



Sila Sahin, 25 anos, modelo Turca e a primeira mulher muçulmana a posar nua para a Playboy. A atitude custou-lhe as relações familiares e granjeou-lhe duras críticas da comunidade muçulmana. Contudo, Sila Sahin não cede ao arrependimento e, pelo contrário, desafia as mulheres muçulmanas à auto-determinação.
No século XXI, a simbologia e a necessidade de queimar soutiãs* ainda não parecem ter fim à vista.

*episódio simbolicamente protagonizado nos anos 60 por activistas Norte-Americanas do Women’s Liberation Movement.