25 de novembro de 2011

Um caso de vida ou de morte


É o mote da campanha lançada hoje pelo Governo, para assinalar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Com o objectivo de combater a morte das mulheres por violência, apelando à denúncia e à mudança, a iniciativa contará, entre outras medidas, com a sensibilização das populações por via de um conjunto de imagens (algumas chocantes) veiculadas através de vídeos, outdoors, cartazes em autocarros, entre outras... Um dos vídeos está já disponível na página da APAV. Subscrevo a iniciativa, mas desaconselho a visualização aos mais sensíveis. Seja como for, nada impede a acção e o dever legal, mas acima de tudo, os deveres cívico e humano.
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(Link para o Vídeo)
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Imagem: Fernando Botero, Mujer Llorando, 1949.

A vida é feita (da soma) de pequenos nadas

Ontem como hoje: a eloquência de Sérgio Godinho
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(Segunda-feira / trabalhei de olhos fechados
na terça-feira / acordei impaciente
na quarta-feira / vi os meus braços revoltados
na quinta-feira / lutei com a minha gente
na sexta-feira / soube que ia continuar
no sábado / fui à feira do lugar
mais uma corrida, mais uma viagem
fim-de-semana é para ganhar coragem)

Muito boa noite, senhoras e senhores
muito boa noite, meninos e meninas
muito boa noite, Manuéis e Joaquinas
enfim, boa noite, gente de todas as cores
e feitios e medidas
e perdoem-me as pessoas
que ficaram esquecidas

Somos tantos a não ter quase nada
porque há uns poucos que têm quase tudo
mas nada vale protestar
o melhor ainda é ser mudo

E o que é certo
é que os que têm quase tudo
devem tudo aos que têm muito pouco
mas fechem bem esses ouvidos
que o melhor ainda é ser mouco
isto diz paternalmente
quem acha que é ponto assente
que isto nunca vai mudar

Ouvi dizer que quase tudo vale pouco
quem o diz não vale mesmo nada
porque não julguem que a gente
vai ficar aqui especada
à espera que a solução
seja servida em boião
com um rótulo: Veneno!
é para tomar desde pequeno
às colheradas
a vida é feita de pequenos nadas…


(Sérgio Godinho, "A vida é feita de pequenos nadas" In "Pano Crú", 1978)

12 de novembro de 2011

Einstein on the Beach

Einstein on the Beach dá título a uma famosa ópera "conceptual", da autoria de Phillip Glass e dirigida por Robert Wilson. Estreou em 1976 e teve honras de abertura do festival Francês de Avignon. Sem pretensões de coerência biográfica ou narrativa, o trabalho procurava homenagear, de uma forma original, a figura de Albert Einstein. Entre as diversas peculiaridades da obra, conta-se a duração de quase 4 horas ininterruptas, com a condição prévia de que os espectadores não poderiam abandonar o espectáculo antes do seu término. Assumidamente melómano, Einstein terá dito:  A vida sem música, sem tocar música, é inconcebível para mim. Vivo os meus sonhos acordado em música. Vejo a minha vida em termos musicais. E a maior parte da felicidade que tenho na vida, vem da música. As palavras são citadas por Pedro Amaral no magnífico Véu Diáfano, um programa da Antena 2. Também aí se ouve que, tratando-se de um exímio violinista e músico amador, o cientista terá tocado com variadas personalidades e orquestras de reconhecido mérito. A este propósito, o autor do programa prossegue: Conta-se que um dia, num ensaio com o famoso quarteto de Budapeste, ao fim de uma série de entradas falsas, o Primeiro Violino, Alexander Scheneider, parou o quarteto e disse, meio a brincar: Caramba, Albert! Não sabes contar?

Fotografia da Fundação Bryd Hoffman, fonte Aqui 
(para ouvir o programa)

6 de novembro de 2011

BD para os dias que correm...

(Toda a Mafalda,do incomparável Quino, 4ª ed., 1978, D. Quixote)
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1 de novembro de 2011

Ouvido...

Num contexto improvável, ouvi alguém dizer:
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Cada minuto que passa é uma nova oportunidade de mudar tudo para sempre. 
(...) É impossível voltar ao princípio, mas é possível construir um novo fim.
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(Pintura de Frederick Childe Hassam, Listening to the Orchard Oriole, 1902)
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