28 de setembro de 2010

A ver Anne Frank

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A livraria Rés, no Porto, recebe até 6 de Outubro uma exposição itinerante sobre Anne Frank. O espólio inclui 200 fotografias biográficas, excertos do diário e o retrato do que se seguiu à descoberta da família pela polícia Nazi. Os últimos tempos são tristes e constam desta mostra também. O cenário é sobejamente conhecido e o objectivo é, precisamente, o de preservar a sua memória. A memória da devastação da Guerra e da ignomínia humana que foi o holocausto. Por isso mesmo, na origem da exposição está o projecto 'Aprender direitos humanos: passado e presente'. E mais não digo. O melhor é ir ao Porto ou a uma das cidades por onde passará no resto do país.

25 de setembro de 2010

wishful thinking for the weekend...

(citação de Henry David Thoreau, Nova Iorque - library way)

23 de setembro de 2010

Say 'Cheeeeeeeeeeese'!

De máquina em riste, o fotógrafo conta: - 'Um, dois, três!"
Elas perfilam-se e fixam a objectiva.
- "Say 'cheese'!"
(Jorinde van Ringen, 'Cows, Netherlands', 2010)

22 de setembro de 2010

Da transcendência


'A natureza e a vida humana são tão diversas como as nossas inúmeras constituições. Quem saberá que perspectiva oferece a vida a outro? Poderia haver milagre maior do que podermos ver através dos olhos de outrem por instantes? Deveríamos viver em todas as épocas do mundo numa hora. Melhor, em todos os mundos das épocas! História, Poesia, Mitologia! Não conheço leitura da experiência do outro tão surpreendente e instrutiva como esta seria'.
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(Henry David Thoreau, in 'Walden', 1854 - ed. portuguesa 'Onde Vivi e para que Vivi', Quasi Ed., 2008)
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(Pintura de John McCormick, 'Thoreau 3', sd.)

19 de setembro de 2010

FOR-ÇA! FOR-ÇA!





Começou hoje no Rio de Janeiro o 8º Campeonato de Futebol Social (Homeless World Cup). Uma iniciativa louvável que reúne 64 equipas representantes de diferentes países e constituídas por pessoas socialmente excluídas. Na última edição a equipa portuguesa foi vice-campeã e hoje já ganhámos o primeiro jogo. Força Portugal! E para todos, os votos de que as suas vidas excluam definitivamente a palavra 'exclusão'.

Mil desculpas II

Felizmente julgo ter recuperado a maioria dos comentários acidentalmente eliminados. Ficam apenas a faltar as minhas respostas, e as datas e ordem dos comentários não puderam ser corrigidas. Contudo, recuperá-los foi importante e faz justiça à riqueza do contributo que aqui representam.

Mil desculpas

A quem por aqui passa e tem a generosidade de comentar este espaço, peço um milhão de desculpas. Por clara incompetência 'cibernáutica' apaguei acidentalmente os comentários aos últimos 'posts'. Tudo farei para recuperar o que for possível. Dado que a partilha das vossas ideias e impressões representa o melhor contributo deste espaço, aceitem as sinceras desculpas e a promessa de que não mais se repetirá, até porque 'nós por cá' é que ficamos a perder...

18 de setembro de 2010

Do amor e do poeta



Hoje, desafiaram-me a falar de amor. A única coisa que me ocorreu foi esta intrigante asserção do poeta: Ama como começa a estrada.
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(Mário Cesariny in 'Pena Capital', 1957)




(Carlos Botelho, 'Mário Cesariny', 2010)

16 de setembro de 2010

Correspondência felídea

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Minha Querida Maria Helena
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A sua carta inter-gatos é das coisas mais lindas que já li - não tem resposta, como as obras-primas. A única coisa que eu sei é enviar-lhe um dia destes uma radiografia muito bonita da Anna Blume que, coitada, não tem árvores, nem quintal nem telhados por onde malandrar e se escapuliu uma noite destas para a rua. (...) Uma pequena lesão, erradamente atribuída a gato galante, que não fazem assim, prendeu-lhe a fabulosa cauda por uns dias e daí o retrato interior. É lindo, como há-de ver. E de uma simplicidade aterradora (parece um Picabia) em corpo tão complexo, tão vivo e secreto. 

(Mário Cesariny in Gatos Comunicantes - correspondência entre Vieira da Silva e Mário Cesariny 1952 - 1985; Serigrafia do autor)

11 de setembro de 2010

Auto-conhecimento...

'Pinto auto-retratos ... porque sou a pessoa que conheço melhor'
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(Frida Kahlo, 'Autorretrato', 1933)

7 de setembro de 2010

Ler, devia ser proibido!

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'Pensando a respeito, eu acho que ler devia ser proibido. Nada contra quem lê. Mas em certas coisas não se duvida, e ler não é nada bom. A leitura nos torna incapazes de suportar a realidade. A leitura tira o Homem de sua vida pacata e o transporta a lugares nada convencionais… Para uma criança, o perigo é ainda maior, porque ela pode crescer inconformada com os problemas do mundo, e querer até mudá-lo! Dá para imaginar? E outra coisa: ler pode estimular a criatividade e você não quer uma criancinha ‘bancando’ o geniozinho por aí… Quer? Além disso, a leitura pode tornar o Homem mais consciente, e ia ser uma confusão se todo o mundo resolvesse exigir o que merece. Nada de vagar pelos caminhos da imaginação, simplesmente porque leu um bom livro. Há quem diga que ler engrandece, mas eu não conheço um caso sequer. Quer um conselho? Silêncio! Ler, só serve aos sonhadores, e sua vida não é uma brincadeira. Cuidado! Ler, pode tornar as pessoas… perigosamente mais humanas'. (Universidade Salvador, Bahia).

5 de setembro de 2010

Ignomínia

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Descredibilizar as vítimas poderá constituir estratégia de mitómanos,
mas não demonstra a inocência de ninguém.
’I was walking along... there was blood and tongues of fire above the blue-black fjord and the city - my friends walked on, and I stood there trembling with anxiety - and I sensed an infinite scream ...’ (Edvard Munch, Skrik, 1910 (?) @ Munch Museet).

3 de setembro de 2010

Sem legenda

No dia em que se conhece o resultado de um mediático processo.
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(Ilustração de Maria keil)

2 de setembro de 2010

Loucura... bovina?

(Imagem daqui)
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Uma das coisas mais deliciosas que li nos últimos tempos chama-se Quantas Madrugadas tem a Noite. Obra de Ondjaki, escritor Angolano e um jovem valor literário com provas dadas. A determinada altura do livro, um 'muadiê', narrador participante, discorre sobre a estratégia europeia para a encefalopatia espongiforme bovina nos seguintes termos: 'Ai num sabes?, lá nas europas tão a matar vacas só à toa, só por causa duma loucurazita, aqueles muadiês não batem bem ... Nós aqui mesmo, nosso país, nossas guerras... porra, se desconfiam que uma vaca tá louca - vaca pode ficar louca? quando muito, tá confusa! - mas se desconfiam só, pronto, pode ser uma, mas vão abater já mil. Meu, ouve só a minha ideia... mandar todas vacas aqui, vamos lhes receber no porto, festa e cortejo já e tudo. Vamos com as vacas pro campo... festa das minas, mas não só - elas rebentam e ficam logo semigrelhadas. ... eu mesmo seria o primeiro grelhador das vacas loucas, todas minas descobertas e carne pronta... Minha ideia, uí, mas te autorizo a revelar'.
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(Ondjaki in ´Quantas Madrugadas tem a Noite', 2004, Ed Caminho).