31 de janeiro de 2010

Louca e imprescindível Esperança...

..
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E

- ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

(Mário Quintana, "Esperança" in Antologia Poética, 1997)

2 comentários:

  1. ela morre, mas depois não sei porque raio de feitiço, volta a nascer.

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  2. Absolutamente! Talvez seja imortal :) Pelo menos, nos corações menos cépticos...

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