"Trouxe as palavras e colocou-as sobre a mesa" (Mª do Rosário Pedreira)
20 de maio de 2011
Silêncio Prolixo
Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.
Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.
(Pablo Neruda In 'Vinte poemas de amor e uma canção desesperada', Poema XV, Ed. D. Quixote)
.
Etiquetas:
Bibliofilia poética
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
me gustas...em português nenhuma palavra com esta mistura de gelado com baunilha e olhar-te para dentro. é o que me surge a partir da palavra. abraço, bom fim-de-semana
ResponderEliminarHá silêncios que são difíceis de suportar...
ResponderEliminarTodavia, há outros que são entendimento e alimento.
Este poema é muito belo. Tenho-o traduzido. Obrigada pela beleza!
Um abraço e boa semana que se avizinha!
Neruda: sempre novo, por mais vezes que se leia! Que belo este poema é...
ResponderEliminarTenho este livro ali na estante e não o folheio há muitos anos. É bom relembrar as palavras de Neruda. Quando tiver um tempinho, volto lá com mais calma e menos "desespero" :))))
ResponderEliminarBeijinho e bom resto de Domingo!
Quando li «Os Vinte Poemas de Amor» de Pablo fiquei maravilhado.
ResponderEliminarHá pessoas que recebem um dom à nascença e depois, trabalhando-o, conseguem resultados brilhantes e manifestam uma gentileza inesgoatável: a de partilhar com quem o desejar o fruto do seu trabalho.
A poesia é isso mesmo -- Publicada -- A partilha de uma emoção inexcedível.
Boa escolha, R.
Bjs
Bela memória
ResponderEliminarsempre
Muito bonito, R. :)
ResponderEliminarObrigada por esta partilha. Bjs