28 de fevereiro de 2010

D´"A Nova Arte de Fazer livros"

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Para ler a velha arte, basta conhecer o alfabeto.
Para ler a nova arte devemos apreender o livro como uma estrutura,
identificar os seus elementos e compreender a sua função.
(Ulises Carrión, in "A Nova Arte de Fazer Livros", 1975)

Ao impulsionar a ideia de "livro de artista", Ulises Carrión destacou a condição singular de cada livro. Elevou-o à categoria de identidade, com anima e vida própria. Uma forma de expressão plástica que transcende o conteúdo. Ontem Serralves inaugurou, na sua biblioteca, uma Mostra do trabalho deste autor. Tenho para mim que não a perderei. Para os interessados, permanecerá por lá até o início de Maio. Aqui fica a dica.

8 comentários:

  1. Esta perspectiva é para mim uma novidade. Normalmente, centro-me apenas no texto. Para mim, é esse texto que confere identidade e vida própria ao livro. Mas deixaste-me curiosa. Depois partilha as tuas descobertas com o pessoal :)

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  2. Serralves é muito longe! Esperemos que escorregue para Sul!

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  3. Querida Sara, essa era precisamente a perspectiva que Ulises Carrión refutava: para ele o que há de comum a todos os livros é o facto de terem texto (ainda que diferente de livro para livro). Segundo o mesmo, a singularidade dos livros está no objecto que o enforma, e o objecto vale por si só. Nesta perspectiva fizeram-se coisas de pasmar, sem qualquer demérito para o conteúdo. Depois conto tudo ;)

    Via: é provável que "escorregue" sim. À capital raramente escapam iniciativas de monta :) (Sem nenhum tipo de depreciação nesta constatação. Muito pelo contrário!)

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  4. Um parêntesis:
    A vida de cada livro passa pela capacidade de leitura e compreensão de cada leitor, independentemente do formato ou do conteúdo. Assim, um livro tem "n" leituras, consoante o número de leitores.

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  5. Sara, quem sabe se não te "cobro" eu a ti uma ida lá :)

    Guidinha, não só concordo, como acrescentaria ainda que, para além de "n" leituras, um livro pode ter "n" abordagens.

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  6. R.:
    O teu comentário é deveras bem interessante. Estou completamente de acordo.

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  7. Olha que não é nada má ideia. Afinal, agora o Porto está (ainda) mais perto :)

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