1 de dezembro de 2010

Viktor Frankl ou 'A tese do optimismo trágico'

Viktor Frankl costuma perguntar aos seus pacientes: 'porque não opta pelo suicídio?'  É a partir das respostas a essa pergunta que (... procura) tecer esses débeis filamentos de uma vida arruinada, para construir com eles um padrão firme, com sentido e responsabilidade... Para um escritor que enfrenta com coragem a ubiquidade do sofrimento, ele assume uma visão surpreendentemente positiva da capacidade humana de transcender uma situação difícil e descobrir uma adequada verdade orientadora.
.
(Gordon W. Allport no prefácio à 3ª edição americana de 'Man's search for meaning')

(Viktor Frankl nasceu em Viena em 1905. Psiquiatra e psicoterapeuta, viveu, na primeira pessoa, a experiência de ser um prisioneiro comum em diferentes campos de concentração entre 1942 e 1945. Foi o único sobrevivente de um núcleo familiar que incluía a sua esposa, grávida quando feita prisioneira, os pais e o irmão. Após a II Guerra, escreveu, em apenas 9 dias, "Man's search for Meaning'*, onde relata a indizível experiência do campo de concentração e reflecte sobre as estratégias, essencialmente psicológicas, de sobrevivência em condições inimagináveis. Foi co-fundador da Logoterapia, publicou dezenas de livros, desenvolveu a tese do 'Optimismo Trágico' e viveu até aos 92 anos.)
.
*Em Portugal o livro está publicado pela Editora Vozes, desde 2009, em parceria com a Editora Sinodal (Brasil),  e com o título 'Em busca de sentido'.
.
(mais informações @ Viktor Frankl Institute)
(Imagem dali)

11 comentários:

  1. Nunca ouvi falar deste escritor e com este pequeno apontamento fiquei arrepiado.
    Encarar de frente a realidade e procurar as melhores soluções sem se sujeitar ao suicídio...

    ResponderEliminar
  2. Parece-me uma abordagem curiosa e surpreendente. Julgo que o paciente aturdido será capaz de responder positivamente...
    Não conhecia.
    Bom fim-de-semana!:)

    ResponderEliminar
  3. Tb não conhecia...se me fizesse a pergunta diria: há dias em que custa viver, mas passam...tudo passa!
    Há muitos mais dias em que a vida tem mais encanto e nos devolve sorrisos!Vale a pena viver!!

    ResponderEliminar
  4. Não conhecia (mas sinto que deveria... ;)).
    É um homem com uma história de vida surpreendente, no que à resiliência diz respeito. Fiquei aqui a interrogar-me se a experiência directa do sofrimento fará um melhor terapeuta? Apesar de me inclinar para um "não", acredito que, neste caso, terá influenciado escolhas e um modo de estar na profissão.
    Obrigada por esta "apresentação". Fiquei muito curiosa em relação a este "optimismo trágico". Tenho que investigar.

    Beijinho grande também para ti :)

    ResponderEliminar
  5. É uma abordagem arriscada. Só alguém muito seguro arrisca assim.

    :))))

    ResponderEliminar
  6. Olá a tod@s!

    e obrigada pelas vossas reacções :)

    De facto, Viktor Frankl foi não só um importante estudioso, como ele próprio um estudo de caso da capacidade humana de transcendência. Interessou-se sobretudo pelas estratégias que os seres humanos mobilizam para ultrapassar limites de resistência absolutamente impensáveis em circunstâncias de vida comuns, e preocupou-se em aprofundar tais mecanismos por forma a transpô-los para o trabalho terapêutico. O livro de que vos falo lê-se muito bem e dispensa conhecimentos técnicos para ser compreendido.

    Aqui ficam a sugestão e os votos de que o optimismo seja uma constante! :)

    ResponderEliminar
  7. Herói e exemplo de coragem, força e resistência para toda a humanidade! Admirável! Não conheço a sua tese, mas estou inclinada a acreditar nela, dada a sua vivência...

    ResponderEliminar
  8. Os judeus foram quase sempre os carrascos, antesde se transformarem nas grandes vítimas. O dualismo carrasco/vítima é redutor mas princípio estruturante. ganhei uma certa imunidade. (indiossincracias não negligenciáveis!) bom fim-de-semana R!

    ResponderEliminar
  9. errata: a palavra idiossincrasia e não indiossincracias, é o que dá quando me quero armar em intelectual!!

    ResponderEliminar
  10. Obrigada, Justine. É uma tese extraordinariamente positiva, porque feita de estratégias de coragem e resistência face às adversidades. Muito útil para quem for capaz de integrar na própria experiência.

    via, as tuas idiossincrasias jamais são negligenciáveis, mesmo quando os lapsos, comuns a quem escreve, escapam ao controlo. Volta sempre, que o teu 'intelecto' é muito bem-vindo por aqui :)

    ResponderEliminar
  11. mto interessante, é um desafio para ler

    ResponderEliminar