21 de abril de 2011

Mãos à Obra! (1)

Começo por citar um provérbio Africano, generosamente partilhado pela A.A. no rodapé dos seus emails. Reza assim: 'Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, a fazer pequenas coisas, pode mudar o mundo'. É pois chegada a hora de reunir os pequenos esforços individuais num todo colectivo, que contribua para combater e superar as dificuldades presentes e as que ainda se avizinham. Ficarão por aqui algumas ideias e todas as vossas serão igualmente bem-vindas.

Para começar, uma ideia simples, óbvia, mas longe de concretizada na medida justa: compremos produtos made in Portugal. É sabido que este simples gesto, somado a muitos outros idênticos, é condição fundamental para uma mais saudável economia, promove o emprego e diminui as importações. Mais do que sabê-lo, importa praticá-lo. Há tempos enviaram-me um email, provavelmente bem conhecido, que ilustra o oposto deste espírito. Pode parecer exagerado, mas não andará muito distante da realidade. Aqui fica também, com um agradecimento ao P. Silva pela partilha.

Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café (importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in Chech Republic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China). Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss). Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in Thailand) para ver as previsões meteorológicas. Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in Índia), ainda bebeu um sumo de laranja (produced in Israel), entrou no carro (Made in Sweden) e continuou à procura de emprego. Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made in Italy), o António decidiu relaxar por uns instantes. Calçou as suas sandálias (Made in Brasil), sentou-se num sofá (Made in Denmark), serviu-se de um copo de whisky (produced in Scotland), ligou a TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um emprego em Portugal...
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10 comentários:

  1. Tens toda a razão!
    Use e abuse do que é português! - no bom sentido, obviamente!
    Eu faço questão de comprar português!

    Abraço

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  2. São estes pequenos/enormes pormenores que fazem toda a diferença.

    É evidente que, em muitos casos, lá teremos que nos socorrer, obrigatoriamente, ao produti vindo do exterior. Mas, tanta coisa feita em Portugal, que nós podíamos comprar no nosso dia a dia.

    É uma questão de coerência e consciência nacional.
    É que, como se vê, nós endividamo-nos até à exaustão, para satisfazer as nossas necessidades (quantas também que nós próprios inventamos) e esquecemo-nos que se não produzirmos o mais de que formos capazes, nunca mais deixaremos de depender em excesso do estrangeiro.

    Consumir Português para melhorar a produção própria, atitude fundamental para melhorar a qualidade do produto, logo, as exportações.
    Pois, precisamos de exportar!
    Que círculo vicioso com que somos confrontados. Precisamos de consumir para produzir e sem produção não há riqueza. E sem riqueza nada feito!...

    Cá vamos indo, não desanimemos!

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  3. Certíssimo! Por estes lados, já há algum tempo vasculhamos os códigos de barras à procura do 560 :)
    A ironia inteligente do texto transcrito não deixa de reflectir uma verdade preocupante. Por isso, a importância de alertas e apelos com aquele que aqui trazes.
    Bejinho e boa Páscoa! (com amêndoas nacionais, que são bem boas :))

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  4. Concordo totalmente com a ideia de que são os pequenos gestos de muitas pessoas juntas que poderão mudar o mundo. E começar pelo que sugeres é um excelente começo! Já tenho essa preocupação, mas ao estado a que diversos governos deixaram chegar(ou foram obrigados a deixar chegar) a nossa economia, é difícil encontrar produtos portugueses para satisfazer as nossas necessidades, mesmo as mais básicas...
    Temos de começar a produzir mais!

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  5. Em tempos de globalização, valorizarmos o melhor de cada povo é muito proveitozo. Este nos parece ser o equilíbrio. Um dos melhores e mais eficientes remédios contra a anemia na gravidez e que é totalmente natural, e que mesmo com o teor alcoolico pode ser administrado em meio as refeições é produzido em Portugal, "vinho do Porto", legítimo. A comida é sem dúvida a principal porta saudável do nacionalismo de um povo. Comer o que se planta na própria terra, faz bem para o equilíbrio corpóreo e possui uma identidade única e similar com o indivíduo. Valorizar as raízes será sempre um caminho generoso e sábio, agregar pequenas diferenças é caminhar rumo ao equilíbrio.

    com carinho,

    Feliz Pessach/Páscoa, que haja alegria e paz.

    Cozinha dos Vurdóns/Homeopatas dos Pés Descalços.

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  6. R.,
    Eis uma medida simples que, devidamente interiorizada, poderá provocar efeitos muito positivos.
    Mas há outras. Ainda há pouco, num dos blogues por onde costumo passar, eram sugeridas as seguintes medidas para bem educar uma criança:
    1. Fique atento ao tempo do banho
    2. Separe o lixo
    3. Conserte ou doe os brinquedos
    4. Procure objectos usados para comprar
    5. Utilize integralmente os alimentos
    6. Nas compras use saco de tecido
    7. Leve-o à feira
    8. Faça uma horta
    9. Apague sempre as luzes
    10. Ande mais a pé

    Há sempre umas mais fáceis de pôr em prática, mas o que é certo é que todas elas se englobam no tal pensamento: se cada um fizer a sua parte...

    R., venha o segundo post!

    Beijo :)

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  7. R,
    Mãos à obra. Felicito-a por esta campanha!
    Procuro produtos nacionais desde sempre, no entanto reforçar nunca é demais.

    Feliz Páscoa com ovos, chocolates e amêndoas nacionais! Abraço e obrigada pelas suas palavras na minha janela. :))

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  8. Muito obrigada a todos. De facto, a produção nacional não cobre todas as nossas necessidades, mas também é verdade que muitas vezes negligenciamos os produtos portugueses. Cabe-nos contribuir para o desenvolvimento da nossa própria economia, valorizando o que é nosso, na expectativa de com isso estimular o desenvolvimento da produção nacional. Uma coisa é certa, se ninguém o fizer, certamente o cenário tenderá a agravar-se mais ainda... Portanto, 'mãos às obra'! :)

    A todos, um abraço grato!

    AC, todas essas sugestões são bem pertinentes, sem dúvida. Obrigada por partilhá-las aqui!

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  9. Ainda venho a tempo de desejar uma Boa Páscoa, espero.

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  10. Acrescento até uma frase -- Traduzindo-a --
    TORNA AS COISAS SIMPLES E SORRI.

    Na minha empresa, foi afixado junto às fotocopiadoras o código de barras -- Números árabes -- dos produtos portugueses por comparação com os de outros países.

    Achei bem.

    É visível e ninguém poderá queixar-se de lhe ter escapado a campanha.

    Bjs, R.

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