(Fotografia de Robert Doisneau, L'information scolaire, 1956)
- Professora?
- Sim? – pergunto.
- O que deve fazer um psicólogo
quando uma cliente se apaixona por ele?
Respondo apelando à ética e deontologia da profissão, e antevejo que
este é apenas o mote para a pergunta verdadeiramente ansiada. Eis que ela surge
de imediato:
- E nós? O que podemos fazer
quando não queremos apaixonar-nos por alguém?
- Bem, nesse caso já está tudo feito – respondo.
A turma explode numa gargalhada colectiva, na qual participa o próprio
que deliberadamente se deixara apanhar.
- Resta decidir como resolver a
situação – acrescento, a custo, por cima do riso que a todos contagia.
Entre gargalhadas e sugestões mais ou menos inusitadas, uns e outros
vão aconselhando o colega… Recuperada a compostura, retomo a aula acompanhada
desta frequente constatação: uma turma é muito mais do que um grupo de alunos.
É um caleidoscópio de vidas e experiências que desejavelmente não podemos
adivinhar.
A fotografia é superior, o texto "apanha" o que há de melhor do ensino, a troca, a cumplicidade, o trabalho em conjunto. muito bom
ResponderEliminarMuito obrigada, caríssima via. O teu comentário também me anima "superiormente" :)
EliminarAbraço grande!
Não é fácil adivinhar essas vidas e essas experiências, mas o contacto com elas pode ser para nós muito enriquecedor.
ResponderEliminarHá uns anos, ofereceram-me um postal que é uma reprodução de uma imagem de Robert Doisneau, também numa sala de aula. Gosto tanto que acabei por emoldurá-la e pendurá-la numa das minhas paredes.
Um abraço e votos de boa semana. :)
Cara deep, partilho da mesma opinião. E achei excelente a ideia de emoldurar o postal. Também gosto de arranjos improváveis :)
EliminarDevolvo o abraço e os votos, em doses reforçadas!
Ai dos que não se interrogam
Eliminare nos interrogam
Bj
E é nessas horas que nos perguntamos todas: uma vez que a vontade de ajudar a construir pontes e asas invade as nossas vidas, fica quase impossível não se ver em cada rosto desses e pensar: mais do que ensino, aprendo a ensinar, me tornando assim uma eterna aprendiz.
ResponderEliminarR, um dos post mais bonitos que já ví, de fotografia e alma.
bjs meus
Muitíssimo obrigada caríssimas amigas. Revejo-me nas vossas palavras quando escrevem que a aprendizagem é um percurso infinito.
EliminarMuito obrigada também pelos vossos ensinamentos e pelo cuidado e generosidade que permanentemente oferecem.
Gostei da metáfora!
ResponderEliminarBoa semana e obrigada pelo comentário.
Abraço! :)
E quanto tacto, e quanta sensibilidade são necessárias para lidar com esse caleidoscópio...mas imagino que seja uma tarefa exaltante!
ResponderEliminarGostei, R., uma sala de aula é um microcosmos em constante expansão.
ResponderEliminarBeijo :)
Esta é a melhor parte da "carreira": os alunos. Disto, estou cada vez mais certa. Fizeste-me lembrar o "Diário" de Sebastião da Gama, que quero reler um dia destes: a sensiblidade do mestre, daquele que lá está, com eles, de coração e alma.
ResponderEliminarBeijinhos!
:))
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