12 de janeiro de 2012

Interpelação para dias frenéticos

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E ao fim do meu dia
a matéria de que se faz a minha vida
de novo abandonada
de novo de novo abandonada
pergunta-me silenciosa
se ao apagar a luz
a vida terá princípio.
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(Pedro Tamen, Poema 23 in O livro do sapateiro, 2010, Ed. Dom Quixote)
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(Pintura de Edward Hopper, Night Windows, 1928)

6 comentários:

  1. Belíssimo post!
    Creio que a interrogação é intrínseca à substância da vida. E esperemos que a resposta seja sempre esperançosa.

    Um beijinho e acho que vou desejar já um bom fim de semana, para que a sexta passe a correr :))

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  2. A interrogação faz parte da nossa essência. Ansiamos por estabilidade mas, paradoxalmente, é na incerteza que nos descobrimos.

    Beijo :)

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  3. Que coisa bonita! E Edward Hopper também ali, que tanto gosto daquelas linhas tão marcadas da sua pintura. Aparentemente frias, só aparentemente. Boa escolha para acompanhar o poema.

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  4. Gosto de Hopper (apesar do "frio" que as suas pinturas traduzem) e gosto deste poema de Pedro Tamen (um autor que conheço mal). Obrigada pela partilha de ambos.

    Um abraço e votos reiterados (os primeiros estão no Letras) de óptima semana. :)

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